No segundo ciclo estamos com crianças de sete a nove anos. O
ambiente também foi disposto em tapetes e almofadas individuais.
Embora os encontros ainda sejam poucos, posso afirmar que
sair das cadeiras e aderir aos tapetes e almofadas fez toda a diferença. O
ambiente muda e a relação entre evangelizador e evangelizando parece se tornar
mais intimista, mais franca, mais amiga. De forma descontraída e muito
tranquila iniciamos o encontro com as crianças cumprimentando umas as outras e
contando como transcorreu a semana. Como havíamos combinado nossa oração antes
de dormir ficou estabelecida para algo em torno de 20h30min, onde mentalizamos
uns aos outros, procurando emitir vibrações fraternas. Então, no momento em que
estamos tendo essa conversa descontraída sobre a semana, aproveitamos para
falar como foi a experiência da oração, se estamos todos conseguindo cumprir o horário,
além de outras coisas que eles mencionem sobre a oração.
Passamos então a chamada, onde assinalo quem veio e pergunto
se eles sabem sobre aqueles que faltaram.
Recolho então a caderneta. Importante lembrar aqui porque
adotamos a caderneta.
Primeiramente ela foi feita artesanalmente por nossa muito
talentosa coordenadora que realizou um trabalho delicado com EVA, reproduzindo
na capa a nossa instituição. Nossa intensão é utilizar essa agenda como um
lembrete que nos ajudará na campanha que a evangelização adotou sobre o culto
do lar. Todo sábado as crianças trazem a caderneta e lá é colocado observações
que falam sobre a importância e como fazer o culto. Dando prosseguimento a essa
campanha contaremos com posterior distribuição de livros espiritas, mensagens e
material infantil para ser usado durante o culto. A caderneta se torna um
importante veículo da nossa campanha, alcançando as crianças e suas famílias.
Vale ressaltar que pedimos as crianças para não esquecerem a caderneta mas
deixamos claro que esquece-la não é impedimento para que venham a
evangelização, a frequência é mais
importante que tudo.
Depois da caderneta passamos para o quadro do lema. Do
segundo ciclo é “Um por todos e todos por um”. Procuramos estabelecer laços de
afetividade entre os evangelizandos de maneira que dali nasça uma aliança, uma
amizade, um “querer bem” genuíno, fraterno, eterno. A primeira frase é que “pode
fazer teatro espirita”, referente a primeira aula onde eles construíram
esquetes elaborados por eles mesmos. A segunda é “pode cumprimentar os colegas”.
Procuramos ressaltar tudo o que se deve fazer e não o que não deve ser feito, focando
nas coisas que trazem o bem ao grupo.
Partimos então para a historia que ganhou novos ares com
esse novo ambiente. A tampa do baú aberta serve como aparador para o cenário,
além da parede que fica atrás. De dentro dele, saem as mais envolventes
historias com bonecos e fantoches que enlaçam não somente aos evangelizandos,
mas devo confessar que também a esta evangelizadora. Além desse mecanismo,
contamos com tapetes de historia, teatro de feltro grande e cenário elaborado com EVA, feltro e
TNT, dedoches e por aí vai.
Na sala contamos ainda com cortina de teatro de três metros,
e painéis diversos, para as atividades teatrais desenvolvidas pelas crianças.
Uma dessas atividades era dividi-los em grupos de cinco
crianças e com fantasias eles representariam de que forma os elementos da criação
dependem uns dos outros para uma vida harmônica. Foi incrivelmente bem
elaborado por eles e os dois grupos se dedicaram mesmo a realizar a atividade
denotando a profundidade com que haviam compreendido a historia dada
anteriormente.
Contamos ainda com um canto de musica, um tanto
desguarnecido ainda de instrumentos, mas tenho certeza que em breve estaremos com
eles. Ainda assim o violão é companheiro certo e as crianças o manuseiam além
de acompanharem as “cantorias”.
Temos também o precioso canto da leitura, repleta de livros
infantis carinhosamente doados por um centro espirita de Niterói e ao qual
muito agradecemos. Graças a essa ação, podemos oferecer em nosso canto a oportunidade das crianças
conviverem com livros que são verdadeiras relíquias para os pequenos que estão
trilhando a ceara espirita. Além disso, em material também doado, feito de
pano, as crianças podem levar o livro para casa, pintando-o, escrevendo sobre
ele e falando do tema lido para todos do ambiente da evangelização.
E por fim temos tinta, pincel, cavalete e tela, onde
desenvolveremos a atividade de pintura.
Essa atividade será realizada no dia 08 de setembro e confesso que vem sendo
motivo de certa ansiedade, ou melhor, vontade mesmo de implementa-la.
A assistência social,
departamento do centro espirita ao qual somos diretamente vinculados, nos
possibilitou muito dos materiais mencionados. Além disso, providenciou pequenas
caixas de som e mp3 onde gravamos musicas para ambientar antes do inicio da
pintura, e que permanecerá ligado durante todo o processo.
Inicialmente escolhemos musicas gravadas ao som dos
instrumentos: a harmônica e a harpa. O primeiro é um instrumento construído
basicamente de vidro e o segundo é de cordas. Os dois instrumentos são
reconhecidos como de vibração de ondas, o mesmo movimento que faz uma pedra que
é jogada num lago, por exemplo.
Claro que estamos falando de musicas de elevada vibração que
irão ajudar na harmonização das emoções.
Cada criança receberá
sua tinta das cores do espectro solar,
que são :”vermelho(raio menos frangível) média de 450 trilhões de vibrações por
segundo; alaranjado 500, amarelo 540, verde 580, azul 620, índigo 660, violeta,
o mais refrangível 700.Eis as sete notas desta nova oitava óptica , tudo quanto
o vosso olhar percebe”. Trecho do livro A grande Síntese, de Pietro Ubalde, que
diga-se de passagem é “avalizado” pelo espirito Emmanuel em seu prefacio.
Passam então os evangelizandos a pintura que não vai conter
formas .A princípio pretendemos que as crianças exprimam as emoções trazidas
pelo ambiente , pela musica, sem pintar coisas. Dessa forma pretendemos fazer
notar ao evangelizando as emoções que sentem, como essa qualidade de musica
sensibiliza o períspirito. Pretendemos ainda apresentar para os evangelizandos
a pintura como fonte de externar os sentimentos de fraternidade, de amor a Deus
e posteriormente como forma expressar o conhecimento trazido pela doutrina espirita.
Sem fazer justiça ao quanto a evangelização iluminou a minha
vida, sem fazer justiça a como cada atividade ali realizada é muito mais do que
as palavras que eu aqui escrevi, digo que desse pobre resumo(por inabilidade
minha) traduz simploriamente as atividades que desenvolvemos.
Encerro hoje agradecendo muito à Deus os dias sem palavras
que vivencio depois que passei a frequentar o Centro Espirita fraternidade em
Itaocara