sábado, 31 de dezembro de 2011

Texto 3


O Homem Integral              Joanna de Angelis
Paginas:9 à 34

Dando conta da trajetória percorrida pela psicologia na direção da definição de homem, se observa, que as correntes constituídas ao longo dos tempos tem o foco em compreender o individuo na intenção última de conduzi-lo a felicidade.
Sendo o “espírito eterno” o pivô do espiritismo, nossa doutrina trás em sua construção  uma serie dessas escolas filosóficas, explicitando  em sua base o idealismo,se despindo das idéias “moralistas”que sofrem mudanças de tempos em tempos,objetivando o auxilio da busca do “homem integral”, numa trajetória harmônica, ao longo de sucessivas encarnações .
Mesmo tendo acesso aos ensinamentos de Jesus, o maior  exemplo de homem integral  que o planeta já abrigou, seguimos ao longo das reencarnações vivenciando sérios problemas que perturbam profundamente a alma humana.
A rotina, a ansiedade, o medo, a solidão e a liberdade, são fatores  geradores do nosso desequilíbrio, que nós abraçamos sem perceber. Mergulhando cada vez mais fundo nesses fatores acabamos por disseminar uma psicosfera de temor, de indiferença , campo fértil para a miséria, para o crime e finalmente para  o abandono de nós mesmos.
Em nossa conduta está a resposta e em nossa sincera busca pela nossa identidade cósmica está nossa mudança.
Para alcançar essa mudança, é preciso repensar a rotina. O que deveria ser a grande aliada  da nossa evolução, vem , na verdade, se tornando a arma que disparamos contra nós.Na tediosa vida que a humanidade traça a cada dia,  nos envolvemos  em ações vazias e tão irrelevantes ao nosso aprimoramento moral, que facilmente nos tornamos nossos torturadores mentais.
O ser humano,de forma geral, busca no trabalho nada mais que sua fonte de renda,  sua família é alvo constante de suas lamúrias e  a diversão é sempre  efêmera e frívola. A  titulo de experimento basta perguntarmos: O que realmente fiz de instigante, que bem à coletividade foi feito por mim no mês que passou?
Contrapondo a resposta , podemos acrescentar ainda outra  pergunta:quantas horas no mesmo mês eu passei “descansando”, vendo inutilidades na TV, lendo coisas improdutivas à mente, tratando de assuntos que não eram de minha alçada e por aí vai?
Estamos massificando nossa rotina, tornando-a sem sentido.Aquele que busca o nada, nada acrescenta a si e  vai deixando que a insatisfação tome conta de sua presente encarnação.O tédio ao qual estamos nos dedicando com tanto afinco vem deixando marcas profundas na sociedade e não raramente observamos isso por diferentes gerações dentro das famílias , criaturas ávidas pela diversão e satisfação pessoal instantânea.
Os ideais do bem coletivo,cada vez menos mencionados  na educação do lar,  sempre perdem terreno , para  as preocupações fúteis  das roupas de marca, dos eletrônicos , dos passeios e viagens da moda.
É preciso atenção a esse fator dentro do nosso trabalho de evangelização. Precisamos encarar com  dedicação o estudo para o desenvolvimento dessa atividade para que não sejam perdidas oportunidades de trabalhar no âmago do individuo.
Vamos pensar a rotina massificadora dentro da evangelização como sendo,  em primeira instância, um fio condutor que leva a alienação do evangelizando.
Estamos tão acostumados a viver a mesmice de nossos dias,  que mesmo  sem intenção, acabamos por levar à evangelização o comportamento repetitivo, disfarçado de útil, desenvolvendo encontros de parco alcance nos  pequeninos corações tão ávidos por descobrir  as belezas do mundo, de experimentar, de pesquisar.
Nesse cenário, é possível notar  a frustração que acaba por se instaurar tanto nos alunos como nos evangelizadores.
 Segundo nossa autora, “A desenvoltura das propostas evangélicas facilita a ruptura da rotina, dando saudável dinâmica para uma vida integral em favor do homem-espirito eterno e não apenas da maquina humana pensante a caminho do tumulo, da dissolução, do esquecimento.”
Não é disso que trata a evangelização?
A desenvoltura das propostas evangélicas é o que inicialmente nos cabe aqui nesse estudo.Como agir deixando de lado a catequização a qual estamos rotineiramente acostumados para participar da evangelização que cria, que proporciona a descoberta, que viabiliza a experimentação e a busca do conhecimento espiritual através da pesquisa, da investigação?
Sem respostas mágicas, fica nesse primeiro item  intitulado rotina, a idéia de que os evangelizadores estão com uma tarefa para além de transmissores de idéias.
Assim como a autora nos esclarece sobre a perda da individualidade(ser pensante e criativo)para a meta que o consumismo nos remete, também a evangelização tem que saber que “unificar” as crianças, tomando-as como meros receptores, é desvalorizar suas aptidões, é ignorar sua contribuição para o grupo e atrofiar suas potencialidades.
Desmascarar a rotina entediante de dentro da evangelização requer mais esforço e estudo de nossa parte.
Ao tratar de um assunto, de um tema, devemos cercá-lo de todas as possibilidades que pudermos.
Através de relatos da espiritualidade, tomamos conhecimento que  na erraticidade , o espírito   tem interesses em diferentes áreas e são sempre estimulados a se aprofundar naquela que se lhe identificam.Isso porque toda atividade tem o mesmo valor  no  aprimoramento espiritual.
Ainda que não tenhamos o mesmo nível de consciência que  um espírito desencarnado atuante possui, avançando na jornada imortal da sua evolução, a evangelização pode proporcionar um leque de tarefas onde o individuo encontre  aquilo em que se identifique,  na intenção do bem comum, se aprofundando na busca do conhecimento espiritual, amadurecendo os instintos, desenvolvendo uma visão mais realista da vida corpórea, vivendo, por assim dizer, mais voltado para a vida espiritual do que se deixando iludir  pela vida material.










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