domingo, 29 de setembro de 2013

TEXTO 124

  Esse dia foi diferente, então não descobrimos sobre André Luiz tudo que poderíamos. É que nesse sábado reunimos o dia do aniversariante e o dia a pintura.
Dessa forma apenas comentei sobre o desencarne de André Luiz e sua "inesperada" estadia no umbral. O que observamos nesse episódio, foi o fato do nosso personagem ter percebido após se dirigir ao nosso lar, o tempo mal empregado durante a vida.
Dando sempre mais importância a coisas e sensações efêmeras, se viu perdido pelo umbral, aliado aos pensamentos de superioridade que trazia em seu coração.
Como foi importante para esse espírito ter dividido conosco momentos tão particulares de seu desencarne. Sua bondade realmente é tangível. Ele nos despertou para além da superficialidade de nossas encarnações. 
Quantas vezes convivemos com nossa maledicência sem nem mesmo darmos conta. Vivemos uma vida de enganos quando ligamos nossos dias no automático das manifestações arbitrárias do egoísmo, nos ilhando.
Uma vez, um  conhecido meu, ao se despedir de mim para uma jornada a qual eu não faria parte, me disse que desejava que eu “encontrasse aquilo que estava procurando, o que quer que fosse”.
Muitas vezes na vida passamos situações de dores profundas (como o desencarne do nosso amigo André Luiz). Esses momentos são “divisores de águas”. Da dor profunda pode surgir aquilo que se procura durante a existência (mesmo quando não se sabe claramente do que se trata). Pode surgir a inércia, criadouro da negatividade, a amargura que a tudo culpa, a irresponsabilidade que devora tudo com o que se depara, a covardia, que se esconde diante ao chamado para vida de equilíbrio.
As opções são muitas, mas pra quem optar pela religação com a vida espiritual, como fez nosso irmão, está traçando parte da  máxima de Jesus, quando menciona ...amar a si mesmo. Esse pequeno trecho é o mais difícil, pois trata-se do começo de tudo. Amar a si mesmo é não se maltratar com as efemeridades ( mentiras, distorção da realidade, consumismo, vícios  . É acreditar e construir com muito trabalho, tempo e foco a própria vida. Nada cai do céu, mas podemos facilitar ou dificultar a existência . Facilitar é justamente o primeiro passo de “amar a si”.
Foi amando a si que André Luiz deu os primeiros passos no plano espiritual cuidando para conhecer sua espiritualidade para então amar a todos nós, quando nos orientou dividindo suas experiências.
Se precisamos melhor compreender o que seja amar a si mesmo, é em André Luiz que vemos essa máxima acontecer .Ele trabalhou duro para merecer ter com sua família ainda encarnada. Ao perceber os desenganos causados em seu seio familiar terreno por sua conduta enquanto encarnado, se aprofunda verticalmente nos trabalhos espirituais e não mede esforços em disseminar suas novas experiências, se colocando no papel de aprendiz.
Enfim ,nosso dia da pintura foi um reencontro. Amigos encarnados e desencarnados que simultaneamente se ajudam a conhecer melhor os tramites da vida. Cores e tela, explorando os recursos espirituais que pouco conhecemos mas que estamos aprendendo a compor. Amigos que outrora eram desconhecidos, vão estabelecendo laços para a eternidade, porque se os encarnados estão plantados em nossos corações, identificamos  os desencarnados que frequentam nossos trabalhos com olhos  da alma.  

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