Esse dia foi diferente, então não descobrimos sobre André Luiz tudo que
poderíamos. É que nesse sábado reunimos o dia do aniversariante e o dia a pintura.
Dessa forma apenas comentei sobre o desencarne de André Luiz e sua
"inesperada" estadia no umbral. O que observamos nesse episódio, foi
o fato do nosso personagem ter percebido após se dirigir ao nosso lar, o tempo
mal empregado durante a vida.
Dando sempre mais importância a coisas e sensações efêmeras, se viu perdido
pelo umbral, aliado aos pensamentos de superioridade que trazia em seu coração.
Como foi importante para esse
espírito ter dividido conosco momentos tão particulares de seu desencarne. Sua
bondade realmente é tangível. Ele nos despertou para além da superficialidade
de nossas encarnações.
Quantas vezes convivemos com nossa maledicência sem nem mesmo darmos conta.
Vivemos uma vida de enganos quando ligamos nossos dias no automático das
manifestações arbitrárias do egoísmo, nos ilhando.
Uma vez, um conhecido meu, ao se
despedir de mim para uma jornada a qual eu não faria parte, me disse que
desejava que eu “encontrasse aquilo que estava procurando, o que quer que fosse”.
Muitas vezes na vida passamos situações de dores profundas (como o
desencarne do nosso amigo André Luiz). Esses momentos são “divisores de águas”.
Da dor profunda pode surgir aquilo que se procura durante a existência (mesmo
quando não se sabe claramente do que se trata). Pode surgir a inércia,
criadouro da negatividade, a amargura que a tudo culpa, a irresponsabilidade
que devora tudo com o que se depara, a covardia, que se esconde diante ao
chamado para vida de equilíbrio.
As opções são muitas, mas pra quem optar pela religação com a vida
espiritual, como fez nosso irmão, está traçando parte da máxima de Jesus, quando menciona ...amar a si
mesmo. Esse pequeno trecho é o mais difícil, pois trata-se do começo de tudo. Amar
a si mesmo é não se maltratar com as efemeridades ( mentiras, distorção da
realidade, consumismo, vícios . É
acreditar e construir com muito trabalho, tempo e foco a própria vida. Nada cai
do céu, mas podemos facilitar ou dificultar a existência . Facilitar é
justamente o primeiro passo de “amar a si”.
Foi amando a si que André Luiz deu os primeiros passos no plano espiritual cuidando
para conhecer sua espiritualidade para então amar a todos nós, quando nos
orientou dividindo suas experiências.
Se precisamos melhor compreender o que seja amar a si mesmo, é em André Luiz
que vemos essa máxima acontecer .Ele trabalhou duro para merecer ter com sua família
ainda encarnada. Ao perceber os desenganos causados em seu seio familiar
terreno por sua conduta enquanto encarnado, se aprofunda verticalmente nos
trabalhos espirituais e não mede esforços em disseminar suas novas experiências,
se colocando no papel de aprendiz.
Enfim ,nosso dia da pintura foi um reencontro. Amigos encarnados e
desencarnados que simultaneamente se ajudam a conhecer melhor os tramites da
vida. Cores e tela, explorando os recursos espirituais que pouco conhecemos mas
que estamos aprendendo a compor. Amigos que outrora eram desconhecidos, vão
estabelecendo laços para a eternidade, porque se os encarnados estão plantados
em nossos corações, identificamos os desencarnados
que frequentam nossos trabalhos com olhos da alma.
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