segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

texto 10

Homens aparência
Prerrogativa do materialismo, o homem aparência é exatamente “o robô” que esse sistema precisa para manter a ordem vigente.
Encontramos o homem aparência em qualquer religião ou grupo econômico.
Preso a desejos que nunca são satisfeitos, esse homem , ainda que disfarçadamente, vive para um conjunto de “normas” comportamentais que entendem como vitória, seus ganhos materiais que permitem o exibicionismo,  transparecendo uma mente doentia no prazer da inveja alheia.
Sua consciência ética é tomada segundo as necessidades de seu ganho, e tudo vai se tornando justificável  na tentativa de  neutralizar sua consciência.
O deboche e o desdém para com seu semelhante é tão comum quanto seus prazeres terrenos.
Dono de um olhar julgador, sempre desmerecendo o esforço individual de alguém que não o seu próprio, vez por outra sente o vazio lhe gritando na alma, tratando logo de justificar o sentimento como fraqueza momentânea.
Detentor de ganhos altos ou pequenos, nunca chega a satisfação de seus rendimentos, tendo como primeira meta ganhar mais.
Apenas divide aquilo  que pode anunciar, se esquecendo que também Deus escuta seus comentários.
Se convidado as compras, vai com desmedido desprendimento de forças, para ajudar a alguém dando sua força de trabalho como contribuição ,aí  está sempre ocupado ou inventa desculpas sem sentido para si mesmo.
O homem aparência, que pode ser pobre ou rico, detentor de vasto conhecimento ou não, na verdade, já não raciocina mais, sendo apenas executor, que acredita estar fazendo tudo a contento.
Não fomos feitos assim.
Estamos presos a conceitos individualistas e agimos sob disfarces.
Na falsa religiosidade, julgamos irmãos que dividem conosco o trabalho ao próximo, desdenhando de forma dura a conduta do outro, sem perceber que essa conduta é muito pior.
Nos referimos a nossos próprios filhos como sendo menos que nós, diminuindo a auto estima desse, a tal ponto, que esmagamos sua própria individualidade.
Expomos acontecimentos particulares de amigos e parentes, de forma sempre a ridicularizar os autores dos fatos, sem saber o ridículo que estamos a cometer pois estamos a fazer justamente o papel do homem aparência, que caminha com as palavras do evangelho sem reconhecer nenhuma delas.
Como políticos que descrevem suas propostas sem sequer te-las escrito, também é aquele homem aparente o que está em prece, buscando palavras bonitas por estar sendo escutado por alguns, para em seguida, proferir palavras que magoam e ferem seu próximo.
O homem aparência surge em nós quando recebemos alguém com cerimônias por sua  importância social e tratamos um irmão sem recursos financeiros como coitado, quase incomodados com sua presença.
No mundo das aparências, nos detemos a forma mas não ao conteúdo. Nossas instituições religiosas se desvelam em esforços para construir seus prédios, mas não se dedicam com o mesmo empenho na construção da evangelização, deixando essa para segundo plano, como se para a humanidade fosse mais importante o conforto de suas instalações, do que dar as ferramentas para que as crianças e jovens da casa, possam a termo, ter a oportunidade de se distanciar do homem aparência se dedicando ao homem integral.
Deixemos, portanto, esse uniforme de lado e passemos a nos conhecer de verdade, nos dedicando ao que realmente faz diferença a todos os homens da terra_o amor.

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