terça-feira, 31 de janeiro de 2012

texto 14

Religião e religiosidade
O homem é uma infinita potencia de realizações e possibilidades inexploradas,  pois não descortinou o véu do autoconhecimento.
De essência rica em amor, esse ser que somos todos nós,está envolto em relações fraternais continuas e duradouras, plena em seu sentido e profunda em sentimento. Não há um só irmão, que não seja querido por sua família espiritual.
A capacidade de realização se estende ao que hoje é para nós o inimaginável.
Entretanto para chegarmos a atingir essa plenitude, precisamos tomar uma nova atitude, desvencilhando nossos sentidos das chamadas da matéria.
Claro que é possível renovar nossos hábitos, mas claro que depende da nossa persistência. Nosso imediatismo, inerente ao materialismo, nos faz acreditar que resultados são imediatos e que o prazer nesses resultados precisa ser sempre correspondente ao esperado. Não sendo assim, desistimos do objetivo da reformulação que buscamos, achando que não estamos conseguindo alcançá-lo.  
Na religião,inclusive  na nossa,  é possível estacionar na estrada espiritual e  desempenhar o papel do homem-espelho que apenas reflete, aparentemente, aquilo que ela  apregoa. Nada é realmente absorvido e os preceitos mais básicos se tornam palavras inatingíveis, escorando-se na pequenez da  vontade de buscar a reformulação.
Milênios se passaram e o homem  experimentou  cada momento com um forte sentimento de religiosidade em sua caminhada, fruto da vontade intrínseca de buscar sua identidade cósmica. Ainda que muitos estejam atrelados a fórmulas exteriorizantes da falta da razão e da escolha, é possível perceber que estamos aptos a começar uma nova etapa desse caminho, desfazendo o homem espelho que o materialismo tanto aprecia , pois que deixa nossa razão adormecida e sem uso.
Nenhum grupo religioso detém a verdade de Deus, ou domina todo conhecimento  espiritual. Em nenhum momento da humanidade foi dado a ciência todo o conhecimento universal, tendo esta que buscar cada avanço.
A cada momento que deixamos as aparentes conquistas religiosas de lado e que entramos nas conquistas do nosso autoconhecimento, mais despojamos os dogmas e os ídolos que travam nossa consciência, impedindo a razão de realizar descobertas.
Ser capaz de rever seus conceitos e observar suas ações é dar a si a oportunidade de sair da sombra da ilusão, desapegando-se das formulas engendradas e ritualísticas, onde a paralisia e a asfixia da nossa consciência ética, tomam de assalto nossa identidade, tornando-nos mais um no serviço materialista.
Passemos a nos dedicar a nossa religiosidade. Ela não está em outro lugar que não seja em você. Não existe conhecedor maior da sua potencialidade, da sua capacidade de transformação do que você mesmo. Não tem quem possa te levar a um estado de consciência clara e profunda tão renovadora quanto você. A mudança para a humanização passa primeiro pelo teu crivo e é a sua iniciativa que servirá de partida para tua mudança.De nada adianta falar da crença alheia ou do mau feito de algum irmão pois que não é da tua alçada mudar ninguém já  que” um doente não cura outro.”
Nada pode ser mais desejado que saber de si em qualquer circunstância. Estar pleno das convicções do mundo espiritual, ter coragem de adotar a vida eterna, deixando morrer a vida material ao seu redor, dirigindo seus dias com a alma e não mais com as sensações  do mundo da matéria é para nós a felicidade da liberdade batendo a nossa porta.
A realidade é o unico cenário onde podemos encenar nossos dias, porque tendo a  ilusão como fundo estamos sucumbindo, geração após geração,  a desumanização.

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