terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

texto 23

Mecanismo de evasão
Vem de longa data a fala de vários  filósofos, alertando  quanto aos cuidados que a sociedade deve ter no trato dos seus filhos.
Não se trata de uma novidade que esse fator é o elemento divisor de águas entre a sociedade sã e a sociedade enfermiça.
Em nossas casas , o que observamos é que não buscamos o devido preparo ao nos tornarmos pais sob alegações diversas, inclusive a falta de conhecimento.
A verdade é que esses conhecimentos sempre estiveram a nossa disposição e nós é que nunca buscamos.
Dessa forma acabamos criando no âmbito familiar,ações vazias de conteúdos e extremas em decisões, reportando nossos relacionamentos a dissabores que virão  nos encontrar na consciência, tão  logo o tempo passe.
Divididos nessa analise em dois grupos, encontramos no primeiro aqueles seres que tem de tudo o que desejam e que principalmente, tem tudo resolvido por terceiros, não conhecendo o valor de tentativa- erro , ficando em seu desenvolvimento mental essa lacuna de valor inestimável.
Responsáveis que dão coisas sem fim aos seus filhos, para que possam eles mesmos,sentirem-se  isentos dos percalços da criação, transferindo ao ato de compra, o afeto, o carinho e a dedicação de estar juntos das etapas do amadurecimento infantil.
Sem reconhecer na criação a necessidade de se fazer útil a sociedade, torna-se estranho quanto aos  objetivos reais reencarnatórios. Adulto, deixa se levar por conceitos torpes, acreditando que estão sempre a lhe dever, cobrando tudo que pode.
No segundo caso, e muita freqüente, a criança percebe que tudo que lhe é direcionado é feito com  má vontade, sem amparo ou dedicação.Desenvolvida numa criação castradora, onde as manifestações de carinho inexistem, a criança é sistematicamente desmoralizada ou debochada em seus trejeitos, ridicularizada em  suas particularidades de personalidade.
Nos dois casos, o que vemos são resultados de alargamento do período infantil, que já adultos, tratam de fugir das responsabilidades pertinentes ao estágio encontrado, vezes inclusive abandonando seus pequeninos a própria sorte, não cumprindo com seu papel junto a sociedade.
Vemos criado então um adulto medroso, sem coragem para dar de si aos seus, delegando a outros sua responsabilidade, se justificando das mais e inúmeras formas.
Por vezes causando dores a terceiros, esse individuo se torna insensível , importando-lhe somente suas questões, via de regra, mesquinhas.
Fogem da renúncia e do sacrifício, ignorando propositadamente de que disso é feita toda a luta de bem.
Instável emocionalmente,”ama” por fuga, pela vontade de atravessar outra encarnação, dedicado ao deslumbramento e aos prazeres tão intensos quanto vazios de propósito.
Mentalmente perturbados, seguimos tediosamente, reproduzindo uma sociedade voltada ao  prazer efêmero destituído do engajamento social, sem idealismo, sem perseverar nas ações pertinentes ao bem estar do grupo, fadando a sociedade ao continuísmo materialista.
É do ser humano reconhecer as dificuldades da criação que vivenciou e recomeçar sua trajetória, buscando em sua consciência, refazer seus passos.
procurando em seu intimo os valores que foram sucumbidos, encontrará  a sinalização dos passos a serem dados na direção do autoconhecimento.
Errar é etapa para aquele que busca o acerto, deixando para trás o tempo das justificativas  sem sentido,  na intenção de encobrir seus mecanismos de evasão.
“A experiência do triunfo é lograda através de sucessivos erros.O acerto, nos primeiros tentames, não significa a segurança de continuados resultados positivos.”

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