segunda-feira, 12 de março de 2012

texto 33

Nascimento da consciência
Se observarmos bem a criança, não será difícil perceber que ela tende a seguir certos padrões de comportamento que não se diferem muito entre si.
Isso acontece por conta de seu estado de consciência. Esse exemplo de comportamento que presenciamos na infância serve para observar aquilo que podemos chamar de inconsciência coletiva, ou seja, padrões de comportamento adotados por ser o referencial da coletividade.
Para que um indivíduo se sinta seguro, ele normalmente toma para si os mesmos conceitos que observa em seu grupo, deixando adormecida sua capacidade de análise sobre os objetos.
No início do homem na terra, vimos que uma constante relação desenvolvida pelos opostos, fez com que sua capacidade de raciocinar sobre os objetos, desse um salto significativo em seu discernimento. O bom e o mau, certo e errado foram o alicerce nos primórdios da consciência para o espírito recém lançado nesse novo conceito (o raciocínio e a individualidade).
Com o passar das etapas dessa construção, desenvolvemos a necessidade de firmar entorno de mitos, nossa individualidade. Mesmo estando de posse dela, recorremos ao mito para generalizar conceitos na intenção de fazer a comunidade se estruturar dentro de certo padrão comportamental e filosófico.
O mito, diferente do que se costuma crer, teve um papel importante tanto na formação do individuo como na convivência comum ao grupo, fortalecendo, quando ainda precisamos desse cuidado, nossa frágil formação psíquica.
Correndo ainda mais nos acontecimentos, chegamos hoje na descaracterização dos mitos. Nossa reação caótica a esse acontecimento gera confusões e perturbações, tanto no âmbito particular como do grupo.
Entretanto, com a falência do mito, observado o fato de que ele não pode acompanhar o processo de individualização do ser espiritual, é hoje ação benéfica ao espírito eterno, pois que esse passa a se voltar para abrangência da sua consciência, para além do trabalho com os opostos, principio da nossa formação.
Nesse momento, a consciência passa a existir plenamente diante da busca do conhecimento, sem a qual voltamos ao momento dos mitos, dos opostos, mesmo que disfarçados em resultados de análises profundas.
A aversão pelo conhecimento da vida espiritual demonstra imaturidade emocional e a preguiça pelo trabalho de construção da consciência, que leva o homem ao mergulho em sua perturbação, numa gangorra emocional, sem nada que o guie, fazendo oscilar entre sua arrogância e seu autoritarismo, acreditando, ainda que negue ser conhecedor profundo da vida,contrabalançando com momentos de depressão, acreditando ser  vitima dos acontecimentos .
Apenas pode ser conhecedor de algo se você tiver vivido esse algo.Saber sem viver esse saber é o vazio que permite essas gangorras emocionais.
Detentor do objeto conhecido passa o espírito a adquirir a consciência autentica quando deixa de fragmentar seus conhecimentos e passa a vivê-los na constância da vida.
Não se torna relevante saber que a saúde física advém da mental se você se permite devanear em pensamentos doentios de perseguição, de angustia, de desafeto.
  Construir sua consciência é antes de tudo um jogo de verdades onde o esconderijo no cinismo dos enganos já não mais tem lugar.
Repare nos seus pensamentos e observe quanto deles você dedica à construção da sua consciência. Não podemos ter medo de desconstruir conceitos antigos, que já perderam suas funções históricas. Sem desmerecer essas antigas e necessárias formas para nossa construção psicológica, é necessário que agora sigamos adiante, aproximando de nós os espíritos avançados na escalada evolutiva, para a ampliação de nossa consciência plena, agora sem mitos.

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